Viva,
Uma das questões que mais me colocam sobre os nossos veículos elétricos e todos os veículos elétricos em geral é relacionada com a "Autonomia": "quantos km é que isso faz?", sendo a resposta mais normal: "Só? Não dá para mim". Sim, concordo que os veículos elétricos não são uma opção para toda a gente, mas são-o para muitos mais do que pensam. É certo que, na minha opinião, ainda não são adequados para grandes deslocações, sobretudo por culpa da falta de fiabilidade da rede de abastecimento e do número insuficiente de postos de carregamento rápido, mas, tirando esse pormenor, são adequados para tudo o resto. Já agora, também não me parece que faça grande sentido comprar um veículo, seja ele qual for, a pensar no uso que o mesmo vai ter uma vez por ano nas férias, verificando-se depois uma clara discrepância entre o mesmo e a sua utilização no dia-a-dia ... principalmente nos dias de hoje com tantas soluções de mobilidade (várias marcas já apresentam soluções que permitem "trocar" de veículo em determinadas alturas do ano como, por exemplo, a Hyundai) ou com a facilidade com que se aluga um.
Mas voltando ao tema, a Autonomia nos veículos elétricos é uma espécie de ciência oculta. Na realidade esta varia, tal como nos veículos de combustão interna, consoante a pressão associada ao pé direito, mas também varia (de forma bastante notória) em função de muitos outros fatores como:
O mesmo se passa com todos os outros veículos elétricos destas e de todas as outras marcas.
Mesmo assim, e seguindo a lógica do carregamento noturno deste tipo de veículos em casa, diria que as autonomias são suficientes para o dia-a-dia da grande maioria de nós. No nosso BMW i3 60Ah a 120 km/h conseguimos fazer cerca de 100 a 110 km e isso não nos impediu de fazer 5.000 km nos últimos dois meses. Ou seja, é muito mais uma questão de compreensão da mudança do paradigma e do mindset associado do que propriamente a falta de autonomia.
Um grande problema, que em nada contribui para a confiança da maioria das pessoas nestas novas soluções de mobilidade elétrica, está relacionada com o fato de a grande maioria dos vendedores de automóveis da grande maioria das marcas não "perceberem nada" sobre as características e particularidades do carro que estão a vender (na realidade muitos também não percebem dos veículos de combustão interna, mas nestes tudo se torna muito mais notório). Deixem-me apenas referir que já fiz um ensaio em que o vendedor me entregou o carro e disse, literalmente: "Está aqui, tem a chave lá dentro. Não me pergunte nada que eu não percebo nada disto" ...
Para fechar, não sei se o caminho será ou não o aumento constante da capacidade das baterias ou se não será melhor o ajuste da mesma as nossas reais necessidades: para que vou andar com um peso morto de baterias que me permitam fazer 600 km se, 95% das vezes, só preciso de 120 km? Não seria mais útil poder fazer um swap para essa capacidade só quando e enquanto precisasse da mesma? Julgo que ainda existe muito a pensar e a implementar neste domínio.
Não percam o próximo episódio que nós também não!
Ab,
RC
Uma das questões que mais me colocam sobre os nossos veículos elétricos e todos os veículos elétricos em geral é relacionada com a "Autonomia": "quantos km é que isso faz?", sendo a resposta mais normal: "Só? Não dá para mim". Sim, concordo que os veículos elétricos não são uma opção para toda a gente, mas são-o para muitos mais do que pensam. É certo que, na minha opinião, ainda não são adequados para grandes deslocações, sobretudo por culpa da falta de fiabilidade da rede de abastecimento e do número insuficiente de postos de carregamento rápido, mas, tirando esse pormenor, são adequados para tudo o resto. Já agora, também não me parece que faça grande sentido comprar um veículo, seja ele qual for, a pensar no uso que o mesmo vai ter uma vez por ano nas férias, verificando-se depois uma clara discrepância entre o mesmo e a sua utilização no dia-a-dia ... principalmente nos dias de hoje com tantas soluções de mobilidade (várias marcas já apresentam soluções que permitem "trocar" de veículo em determinadas alturas do ano como, por exemplo, a Hyundai) ou com a facilidade com que se aluga um.
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Pequeno trocadilho da GR com um DIY de volta da ansiedade relacionada com a autonomia. |
Mas voltando ao tema, a Autonomia nos veículos elétricos é uma espécie de ciência oculta. Na realidade esta varia, tal como nos veículos de combustão interna, consoante a pressão associada ao pé direito, mas também varia (de forma bastante notória) em função de muitos outros fatores como:
- Temperatura ambiente, especialmente abaixo dos 10ºC ou acima dos 20ºC;
- Velocidades elevadas (acima dos 100 km/h), mesmo que estáveis;
- Autoestradas com largos troços non-stop;
- Subidas íngremes (embora parte possa ser compensada caso tenha sido antecedida ou preceda duma descida);
- Peso adicional (como 4 pessoas em vez de uma no interior do veículo);
- Dispositivos elétricos adicionais (ar condicionado, aquecimento, vidros elétricos, bancos elétricos, etc), normalmente associados ao conforto a bordo;
- Entre outros cujo o impacto já não é tão significativo.
Tudo isto torna a conversa de volta da Autonomia bastante subjetiva e os anúncios da mesma de todas as marcas ainda mais difícil de conseguir ou compreender que os consumos, também anunciados, para os veículos com motores de combustão interna. Vejamos a seguinte tabela (fonte: PUSHEVS):
Anunciada | a 50 km/h | a 100 km/h | a 120 km/h | |
Renault Zoe R90 jante 15" | 300 km | 386 km | 199 km | 172 km |
Renault Zoe R90 jante 16" | 300 km | 382 km | 196 km | 170 km |
Renault Zoe R90 jante 17" | 300 km | 361 km | 185 km | 159 km |
Renault Zoe Q90 jante 15" | 300 km | 380 km | 193 km | 166 km |
Renault Zoe Q90 jante 16" | 300 km | 376 km | 191 km | 164 km |
Renault Zoe Q90 jante 17" | 300 km | 355 km | 180 km | 154 km |
Hyundai IONIQ EV | 250 km | 351 km | 175 km | 155 km |
O mesmo se passa com todos os outros veículos elétricos destas e de todas as outras marcas.
Mesmo assim, e seguindo a lógica do carregamento noturno deste tipo de veículos em casa, diria que as autonomias são suficientes para o dia-a-dia da grande maioria de nós. No nosso BMW i3 60Ah a 120 km/h conseguimos fazer cerca de 100 a 110 km e isso não nos impediu de fazer 5.000 km nos últimos dois meses. Ou seja, é muito mais uma questão de compreensão da mudança do paradigma e do mindset associado do que propriamente a falta de autonomia.
Um grande problema, que em nada contribui para a confiança da maioria das pessoas nestas novas soluções de mobilidade elétrica, está relacionada com o fato de a grande maioria dos vendedores de automóveis da grande maioria das marcas não "perceberem nada" sobre as características e particularidades do carro que estão a vender (na realidade muitos também não percebem dos veículos de combustão interna, mas nestes tudo se torna muito mais notório). Deixem-me apenas referir que já fiz um ensaio em que o vendedor me entregou o carro e disse, literalmente: "Está aqui, tem a chave lá dentro. Não me pergunte nada que eu não percebo nada disto" ...
Para fechar, não sei se o caminho será ou não o aumento constante da capacidade das baterias ou se não será melhor o ajuste da mesma as nossas reais necessidades: para que vou andar com um peso morto de baterias que me permitam fazer 600 km se, 95% das vezes, só preciso de 120 km? Não seria mais útil poder fazer um swap para essa capacidade só quando e enquanto precisasse da mesma? Julgo que ainda existe muito a pensar e a implementar neste domínio.
Não percam o próximo episódio que nós também não!
Ab,
RC
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